MATEMATICANDO: O REFORÇO



Responsáveis: Todos os pibidianos e supervisores

É comum notar alunos no Ensino Médio com dificuldades em processos aritméticos de multiplicação, divisão ou até mesmo adição algébrica de números inteiros, assim como alunos sem nenhuma noção de como solucionar uma simples equação do 1º grau. Essas dificuldades são refletidas nos resultados das avaliações tanto internas quanto externas da escola.

Com a autoestima em baixa, os alunos que apresentam essas dificuldades começam a concluir que não são capazes de aprender, que não conseguem mais nada e assim decidem por não fazer os trabalhos propostos pelos professores, tornando-se alunos desinteressados, desmotivados, geralmente se excluindo dentro da própria sala de aula.
Estes fatos dificultam ainda mais o processo da aprendizagem, considerando que o aluno deve ser o principal interessado em aprender. Segundo Barrère (1997, apud Dubet 2003, P. 41)
Os alunos mal sucedidos descobrem pouco a pouco que seu trabalho “não se paga”, que eles não conseguem obter resultados honrosos apesar de seus esforços. Descobrem que as exigências dos professores quanto ao “trabalho insuficiente” são apenas um modo de proteger a dignidade deles. Descobrem assim que os esforços para remediar não são eficazes. Então os alunos decidem não mais fazer o jogo, não mais participar de uma competição na qual eles não têm nenhuma chance de ganhar. Eles se abandonam ao ritualismo escolar, ao respeito exterior das regras escolares ao mesmo tempo em que se liberam subjetivamente de qualquer envolvimento escolar.

Por mais que tentem, sempre falta um elo entre o conteúdo estudado e o que ele vive cotidianamente. Nota-se que algo ficou para trás no decorrer dos anos vividos de escola. Nesse sentido, é preciso resgatar esses alunos, proporcionando momentos para que recuperem o que não foi realmente aprendido em anos anteriores, além de proporcionar situações para que se reencontrem no processo de sua construção do saber, do conhecimento, ligando novamente esses elos perdidos.
Tendo em vista esta problemática e o grande número de alunos do Ensino Médio que apresentam baixo desempenho em matemática, a supervisão da Escola Estadual Major João Pereira, propôs aos licenciandos do Pibid desenvolver um projeto de reforço escolar a fim de minimizar tais problemas, o que foi prontamente aceito por eles.
         
         As aulas de reforço ocorreram na própria escola, no horário das quintas aulas em todos os dias da semana. O projeto foi desenvolvido pelos próprios pibidianos com apoio dos professores supervisores do Pibid e da supervisora da escola, Ana Maria.
O presente projeto buscou minimizar as deficiências em Matemática apresentadas pelos alunos do Ensino Médio, para que pudessem prosseguir seus estudos no ano letivo.


METODOLOGIA

Diante de tamanho desafio, nos colocamos à disposição dos alunos com defasagem nos conteúdos básicos para os estudos do Ensino Médio, permanecendo na escola dentro dos horários previstos. A seguir, apresentamos o cronograma dos atendimentos e os responsáveis.


RESULTADOS
Embora a proposta fosse levar materiais diferenciados para resgatar os elos perdidos, ou seja, ressignificar conceitos que não foram compreendidos nas séries anteriores, os pibidianos trabalharam prioritariamente no atendimento às dúvidas mais urgentes dos alunos. Mesmo com as aulas planejadas, em muitas delas os alunos pediam aos pibidianos que tirassem dúvidas sobre a matéria apresentada pelo professor da sala naquela semana. Estas dúvidas sempre foram acolhidas e sanadas para todos os presentes, porém esse movimento impediu o desenvolvimento cabal do planejamento.

Assuntos efetivamente trabalhados

Progressões Aritméticas, Progressões Geométricas, Números Complexos, Estatística (Medidas de Tendência Central), Geometria Plana (Áreas e perímetros de Polígonos) e Geometria Espacial (Sólidos - áreas e volumes). Noções sobre Conjuntos, Polinômios (operações fundamentais e Grau de um Polinômio).

Algumas imagens do desenvolvimento das aulas:




CONSIDERAÇÕES

Um dos problemas enfrentados pelos pibidianos foi a falta de regularidade na frequência dos alunos nos atendimentos. Em épocas das provas de matemática, a presença era maciça, superando inclusive o número máximo de alunos por turma, no entanto, em outras, a baixíssima frequência era sentida como vemos na imagem comparativa abaixo:

Mesmo assim, muitas dúvidas sobre conteúdos de anos anteriores puderam ser sanadas nessas aulas de reforço. Por não serem aulas vinculadas ao "ganho de pontos", consideramos que a participação espontânea dos alunos foi muito boa.
Para os próximos ficam as aprendizagens dessa experiência. Talvez um possível caminho seja, junto com a supervisão da escola, fazer uma grande conscientização da importância do reforço na vida escolar do aluno, para que ele deixe de ser entendido como um “castigo aos mais fracos”, passando a ser valorizado como espaço de aprendizagem para todos aqueles que se encontram em situação de fracasso, a qual pode ser superada.